XENHENHÉM No. 2


Em meio às minhas muitas dores
talvez maiores do que o mundo,
surges, às vezes, um segundo,
cheia de pérfidos langores.
Chegas sutil e sem rumores…
E até sinto o odor profundo
No qual eu sôfrego me inundo
─ pária do amor, sonhando amores.
Depois, tu falas não sei donde…
És como um eco que responde
Mas, sempre e sempre, além… além…
Súbito, encontro a casa oca.
Não estás! ─ Meu Deus, que coisa louca,
Só é na vida um xenhenhém!
(Xenhenhém, op. cit.)
Ascenso Ferreira