Amor Vivo

Nascimento: 18/04/1842
Data da Morte: 11/09/1891
Morreu aos 49 anos
Amar! mas d'um amor que tenha vida... 
Não sejam sempre tímidos harpejos, 
Não sejam só delirios e desejos 
D'uma douda cabeça escandecida... 

Amor que vive e brilhe! luz fundida 
Que penetre o meu ser — e não só beijos 
Dados no ar — delírios e desejos — 
Mas amor... dos amores que têm vida... 

Sim, vivo e quente! e já a luz do dia 
Não virá dissipa-lo nos meus braços 
Como névoa da vaga fantasia... 

Nem murchará do sol á chama erguida... 
Pois que podem os astros dos espaços 
Contra débeis amores... se têm vida? 

Antero de Quental, in 'Sonetos' 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário!