Logo,
quando os corredores ficarem vazios,
e
todo o Sanatório adormecer,
a
febre dos tísicos entrará no meu quarto,
trazida
de manso pela mão da noite.
Então
minha testa começará a arder,
e
todo meu corpo magro sofrerá.
E
eu rolarei ansiado no leito
com
o peito opresso e de garganta seca.
E
lá fora haverá um vento mau
e
as árvores sacudidas darão medo.
E
os meus olhos brilharão, procurando
a
Morte que quer entrar no meu quarto.
Os
meus olhos brilharão como os de uma fera
que
defende a entrada da sua morada.
Ascânio Lopes