Nunca sentiste uma força melodiosaCercando tudo que teus olhos vêem,Um misto de tristeza numa paisagem grandiosaOu um grito de alegria na morte de um ser que queres bem?Nunca sentiste nostalgia na essência das cousas perdidasDeparando com um campo devolutoSemelhante a uma virgem esquecida?Num circo, nunca se apoderou de ti, um amargor sutilVendo animais amestradosE logo depois te mostraremSeres humanos imitando um réptil?Nunca reparaste na beleza de uma estradaCortando as carnes do soloPara unir carinhosamenteTodos os homens, de um a outro pólo?Nunca te empolgastes diante de um aviãoOlhando uma locomotiva, a quilha de um navio,Ou de qualquer outra invenção?Nunca sentiste esta força que te envolve desde o brilho do diaAo mistério da noite,Na extensão da tua dorE na delícia da tua alegria?Pois então, faz de teus olhos o cume da mais alta montanhaPara que vejas com toda a amplitudeA grandeza infindável da poesia que não percebesE que é tamanha!Adalgisa Nery