Na masmorra da Ilha das Cobras,
lembrando-se da família
Eu não lastimo o próximo perigo,
nem a escura prisão estreita e forte;
lastimo os caros filhos e a consorte,
a perda irreparável de um amigo.
A prisão não lastimo, outra vez digo,
nem o ver iminente o duro corte;
é ventura também achar a morte
quando a vida só serve de castigo.
Ah! quão depressa então acabar vira
este sonho, este enredo, esta quimera,
que passa por verdade e é mentira.
Se filhos e consorte não tivera,
e do amigo as virtudes possuíra,
só de vida um momento não quisera.
Alvarenga Peixoto